domingo, 9 de novembro de 2008

O HOMEM NA ERA DE AQUARIUS

“Existir a que será que se destina?”
Esta velha pergunta, tão bem formulada pelo Caetano, tem perseguido os filósofos de todos os tempos. A que se destina existir, não sei responder, mas ouso colocar “o que nos mantém vivos - o que nos mantém interessados na vida”: é a CURIOSIDADE.
Refiro-me, é claro, ao humano que, diferentemente dos animais irracionais, busca o diferente: nega, mesmo que isto lhe custe muito caro, seus instintos como determinante único de seu comportamento. Os animais, conjuntamente a grande parte dos humanos – aquele conjunto de humanos que jamais ousa porque teme ser diferente – nada mais são do que coadjuvantes nessa aventura astral, neste louco caminho que parece ser a única razão de ser da humanidade.
A grande massa não vive: copia. Poucos são os que fruem essa coisa maravilhosa, tão cantada pelos poetas, denominada Vida. Fruir a vida é o ser capaz de gozar com os ganhos e com as perdas: não se queixar nunca, por mais que doa, pois a dor é, também, uma dádiva da qual poucos sabem tirar proveito.
Sorte? Não sei se cabe falar de sorte, já que a vida é, e pronto. Viver é estar sempre. Ser, sim, só que o “ser” pode variar; podemos ser muitas coisas, prerrogativa que os animais não têm.
Viver é ousar, espreitar à beira do abismo, correr riscos, principalmente o de jamais voltar, seja pela perda da vida ou da razão.
Estamos adentrando a Era de Aquarius, dizem os astrólogos, e as mudanças são notáveis, pois a velocidade com que acontecem é estonteante. Aonde vamos parar com tantas novidades, não é o mais importante; o que realmente importa é não perder este momento histórico, é estar atento, olhos bem abertos.
O mundo vai se acabar? Com certeza, um dia vai; é inexorável. O processo poderia ser mais lento e até devemos tentar refreá-lo, mas de nada adianta nos desesperarmos face ao inevitável: é pagar pra ver. E não estão cobrando ingressos: é só estar vivo e verás. Eu disse “vivo”.
É, muitas vezes, desconfortável, extremamente desagradável estar nessa platéia; mas se somos capazes de pagar altos ingressos para assistir a um jogo cujo resultado pode ir contra nossas expectativas, ser frustrante, por que não curtir este maravilhoso espetáculo que é a vida, e de graça?
Guerras? Sempre houve. Outrora o homem vivia sempre em sobressalto, não havia direitos humanos; atualmente podemos assistir as guerras comodamente atrás de uma telinha, ou telão: olhem quanta opção! O indivíduo pode, se quiser, sair de seu trono e ir participar de uma guerrinha qualquer: tentar salvar as baleias, virar homem bomba ou mesmo ir ajudar as crianças do Nordeste, aquelas abandonadas das ruas de Salvador, por exemplo. Ficar reclamando da vida é que não é aceitável. Separatismo! Ora que atitude cômoda...As opções são muitas; os candidatos é que são poucos.
Enfim, estamos vivendo talvez o coroamento de uma humanidade inteira. A velocidade dos fatos, das mudanças, é tamanha que não se poderá manter por muito tempo; fatalmente vai haver uma desintegração resultante do choque entre o avanço tecnológico e a realidade humana possível. O espetáculo a que assistiremos será histórico; não perca!
Mantenha, pois, seus olhos bem abertos e tenha nervos fortes, muito fortes, de aço mesmo. Pois...
...o espetáculo já começou!