Hoje cedo, tive um sonho curioso. As coisas não eram bem claras, mas havia no ar uma competição de escrita entre escritores e os requisitos eram quatro, mas lembro apenas de três: clareza, concisão e beleza de estilo. O vencedor foi Shakespeare, ou seja, ele venceu, sozinho, todos os quatro itens.
Tomado ao pé da letra, o sonho configura-se como absurdo, nada a ver com a vida real: um vencer sozinho todos os desafios. Preparando meu desjejum, pouco mais tarde, refletia sobre a vida e as possibilidades que temos de lidar com nós mesmos em nossas aspirações, desejos e demais dificuldades que a vida nos impõe; nem lembrava do sonho quando, de repente, formou-se a ponte: o sonho que tivera pouco antes. Sim, ali estava a resposta do sonho: tudo é possível desde que as exigências não ultrapassem o que nos é apropriado.
Por certo ainda estava quente em minha mente o que escrevera ontem à noite sobre “o supremo valor” (está no meu mural ou quadro de recados). Criamo-nos numa sociedade extremamente sofisticada e eivada de desejos os mais estrambóticos. Por certo que o homem tem como sina passar por muito sofrimento para, um dia, descobrir a simplicidade das coisas. Há quem diga que viver é preparar-se pra morte; simples, não é? Enquanto o passamento não vem, circulamos entre tantas propostas. Lidar com elas é nosso grande desafio.
Shakespeare entra perfeitamente em meu sonho; gosto de vários escritores que nem sequer foram lembrados no sonho; Shakespeare admiro por algumas de suas histórias que vi em filmes e alguns escritos rápidos a ele atribuídos, mas nunca consegui lê-lo: é-me tediosa sua forma de escrever.
Está um lindo dia. Micro no colo, ao sol, escrevo estas linhas e vejo que a vida, na idade da pedra ou hoje, sempre é possível, desde que não exijamos dela mais do que nos pode dar. Isto se chama lidar com os limites.
Bom final de semana!
miguel angelo – 060609
sábado, 6 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Enfim, o blog. Demorou demais. Muita coisa para dizer exigia este espaço. Parabéns!
abs.
Postar um comentário