sábado, 6 de junho de 2009

O SUPREMO VALOR

Haverá uma “Vontade” suprema? O tão alardeado “Deus” existe? E minha concepção de Universo, como fica? É quase o mesmo; só que quase não é igual. Aliás são duas concepções bem distintas: a primeira, hierárquica, quanto à minha, simples interação. Cheguei por conta própria a esta teoria e, por muito tempo, pensei ser o único “adepto” da idéia; no entanto venho descobrindo muitos que comungam do mesmo ponto de vista, fato que me trouxe um certo conforto, uma certa esperança de que, um dia, haverá uma “massa crítica” capaz de iluminar este mundo de trevas.
Contrapondo-se à afirmação de que o homem é criação de Deus, existe, há muito, a afirmação de que Deus é criação do homem. Sou bem mais por esta última e acrescento que, ao criar Deus, o homem atribuiu à sua relação dali decorrente uma condição hierárquica, atitude bem de acordo com seu mesquinho interesse pelo poder, pelo domínio sobre seu semelhante. Em seu simplismo, em sua incapacidade de ver mais adiante ou, melhor ainda, em seu pavor em conviver com a dúvida, já que nada disto é comprobatório, ele inventou uma certeza, algo palpável e com nome próprio. O mistério apavora os fracos que só se sentem “seguros” quando na manada, no lusco fusco; a luz intensa os ofusca, daí que, sempre que podem, tratam de destruir toda fonte de luz.
A história de Jesus, o nazareno, foi totalmente deturpada em proveito de uma instituição destinada ao exercício do poder temporal, mas em nome de algo dito espiritual. A instituição deu tão certo que gerou uma infinidade de filhotes, hoje montados na grana, o novo deus de fato. Surgisse Jesus em nosso meio, hoje, seria um estorvo, e logo tratariam de eliminá-lo, dar-lhe um “chá de sumiço”.
E o mundo do Tao, como é isto? Existe o “Caminho Perfeito”? Por certo existe; o difícil é encontrá-lo. Ele é simples e, como tudo que é simples, é o mais difícil de identificar. Nossa cultura é a da complicação e sentimos tédio quando temos que lidar com o simples. O Simples é tão simples que, ao nos depararmos com ele, não acreditamos em sua eficácia, e partimos para fórmulas complexas que tem um status superior; tem sabor científico. E nos sentimos importantes.
Automóveis, aviões, altos edifícios, computadores, celulares, teorias quânticas e tudo quanto é de complexo nos fascina. Caminhar, parar, contemplar, nos assustam, nos lembram ócio, que é visto como um defeito neste mundo de produtividade. O grande equívoco está justamente nessa atitude frenética em busca de bens materiais que nos desvia o olhar do que é mais importante. Simplesmente vivemos alienados, obliterados do impalpável caminho da luz.
Segundo o Lao Tse, quem segue o Tao nada faz e, nada fazendo, nada há que deixe de fazer. Difícil de entender? Evidentemente é extremamente difícil de ser assimilado por mentes criadas em culturas mecanicistas; é como querer ver a marca d’água num papel sem olhar através do mesmo: há que haver luz do outro lado...

Um comentário:

joão pedro disse...

Olá Miguel!! Parabéns pelo espaço. Já em tempo, um pensador não pode ficar sem um espço pra expor suas idéias!... Sou teu fâ!! grande abraço!!